É Tudo Sobre Se Encaixar
Lançado em 1989, The Society (ou A Sociedade dos Amigos do Diabo, no Brasil) é um filme de terror que mescla críticas sociais com um grotesco body horror.
Dirigido por Brian Yuzna, a trama segue Bill Whitney (Billy Warlock), um adolescente da alta sociedade de Beverly Hills que sente que “algo de errado não está certo” rs com as pessoas ao seu redor.
Sua família, seus amigos e até sua namorada agem de maneira estranha. Quando seu melhor amigo morre sob circunstâncias misteriosas, Bill embarca em uma investigação e descobre um segredo perturbador sobre a elite da qual faz parte.
A Realidade Distorcida da Alta Sociedade
A narrativa de The Society explora a dicotomia entre aparência e realidade. Bill tem tudo que qualquer adolescente supostamente desejaria: uma família rica, uma bela namorada e status social.
No entanto, ele nunca se sente pertencente àquele mundo. Conforme a trama avança, essa sensação de deslocamento ganha força, revelando que a elite esconde segredos grotescos e fará de tudo para proteger sua natureza oculta.
Terror Grotesco Como Crítica Social
O filme vai além do horror convencional, transformando-se em uma ácida crítica social. Ele retrata literalmente como os ricos “devoram” os menos privilegiados para manter sua posição. Essa alegoria é explicitada na narrativa de forma bizarra e chocante, tornando-se impossível de ignorar.
Bill representa aqueles que, mesmo dentro da elite, nunca se sentem parte dela. Sua adoção por uma família milionária é uma metáfora para a desigualdade social e a forma como aqueles que não “herdam” o privilégio são apenas convidados temporários para um jogo que nunca foi feito para eles.
A direção de Yuzna brilha ao construir a crescente sensação de desconforto através dos olhos de Bill. Desde os gestos sutis de seus familiares até as festas cada vez mais surreais da alta sociedade, tudo leva o espectador a um clímax tão doido quanto revelador.
A Assinatura de The Society
Um dos aspectos mais fodas do filme é seu uso de efeitos práticos e maquiagem, especialmente nas cenas de body horror. O trabalho do artista Screaming Mad George é essencial para criar cenas perturbadoras e horrendas, dando forma à metáfora central do filme: a elite literalmente se fundindo em um único corpo para consumir os menos afortunados.
As sequências mais doidas e elaboradas transformaram The Society em um verdadeiro clássico cult. Embora sua estreia tenha sido recebida com opiniões mistas devido ao tom excentrico, o filme conquistou um público fiel ao longo dos anos, especialmente entre a gente.
Recepção e legado
No Brasil, The Society foi exibido no icônico “Cine Trash”, da Band, com o título A Sociedade dos Amigos do Diabo. Infelizmente, o nome nacional pode ter afastado parte do público, levando às pessoas a subestimarem seu conteúdo sem assisti-lo.
Ainda assim, o filme acumulou uma base de fãs fervorosa e é considerado um dos mais inusitados exemplares do horror dos anos 80.
Lá fora, The Society é frequentemente citado como um dos mais ousados filmes do gênero, especialmente por sua abordagem irreverente e visualmente fora da curva. A produção chegou a ser expandida em outras mídias, incluindo uma adaptação para quadrinhos em 2002 e uma sequência lançada em 2003.
Uma mensagem ainda atual
Apesar de ter sido lançado em 1989, a mensagem do filme segue muito relevante. A exploração dos pobres pelos ricos continua sendo um dos temas mais discutidos nas questões sociais e econômicas.
A elite do filme não apenas subjuga, mas literalmente consome aqueles abaixo dela, entregando uma metáfora visual tão realista quanto desconfortável.
Ao colocar Bill como protagonista, o filme apresenta o ponto de vista de quem se sente um intruso em um mundo de aparências. Essa desconexão é um tema universal, tocando especialmente aqueles que já se sentiram deslocados em grupos sociais.
O longa é uma provocação, de fato. Sua crítica ao elitismo e à desigualdade social é entregue de forma grotesca, memorável e desconcertante. Com uma narrativa tensa, reviravoltas inesperadas e um clímax inesquecível, o filme de Brian Yuzna merece seu status de clássico cult. Seja pelos efeitos inovadores, pela mensagem subversiva ou pela atmosfera singular 🙂
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