O filme Together, estrelado por Alison Brie e Dave Franco, casal na vida real, combina uma comédia romântica desajeitada com um body horror meio lovecraftiano (rs). Dirigido por Michael Shanks, o longa promete ser uma experiência única, misturando humor e horror numa forma envolvente. A estreia aconteceu no Festival de Sundance no último dia 26 de Janeiro de 2025, mas o filme ainda não tem data confirmada para exibição nos cinemas.

Filmes de body horror geralmente não são para todos. A violência gráfica, a automutilação e o fator choque podem afastar o público e, muitas vezes, ofuscar a narrativa. Together quebra esse molde e pode ser um dos primeiros filmes do gênero que alcança um público mais amplo, equilibrando horror e emoção sem perder sua essência.

De acordo com as fontes do IMDb, a história segue Tim e Millie, um casal em crise após dez anos de relacionamento. A mudança para os subúrbios, motivada pela carreira de Millie, gera um aumento das tensões e ressentimentos entre os dois. Em uma caminhada pela floresta, um desvio errado e uma tempestade inesperada os levam a cair em uma caverna escura, onde passam a enfrentar não apenas seus conflitos internos, mas também eventos bizarros que desafiam a lógica.

Shanks, o diretor, conduz a narrativa com ritmo preciso, intercalando simbolismos marcantes, como o “rei dos ratos*”, uma representação da codependência do casal. A direção explora o lado emocional dos protagonistas, criando cenas que oscilam entre o aterrorizante e o reflexivo, mantendo o público imerso na trama.

As atuações de Alison Brie e Dave Franco são um dos grandes destaques do filme. A química entre os dois, fruto da relação na vida real, adiciona camadas de autenticidade aos personagens e torna críveis até as situações mais absurdas. A entrega física do casal nas cenas mais intensas é impressionante e equilibra bem o humor e o horror grotesco.

Embora haja comentários de que o filme não aprofunda sua mitologia lovecraftiana como poderia, Together compensa isso ao focar na dinâmica do casal e na exploração criativa de um relacionamento em crise. Com momentos bizarros que realmente chocam e cenas perturbadoras, o filme promete ser uma experiência marcante para os fãs de body horror.

Ainda sem previsão de estreia nos cinemas, Together segue gerando expectativas e deixando a galera ansiosa. Fica a esperança de que, nos próximos meses, possamos conferir essa mistura inusitada de “romance” e terror nas telonas e trazer uma análise mais aprofundada sobre sua execução e impacto, daquele jeitinho que eu gosto de fazer.

*rei dos ratos é um fenômeno raro em que vários ratos têm suas caudas emaranhadas e presas umas às outras por sujeira, sangue ou fezes, formando um nó. Isso faz com que os animais fiquem presos como um se fossem um só, incapazes de se separar, muitas vezes morrendo juntos. Normalmente sendo usado como metáfora para situações de codependência, degradação e caos. No contexto do filme ele simboliza a relação de Tim e Millie, que estão presos emocionalmente um ao outro, incapazes de se desvencilhar, mesmo que sua convivência seja prejudicial. O filme usa essa imagem para ilustrar a codependência e os desafios tóxicos de um relacionamento em colapso.

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